04/07/2017
TIG – Pátio de estocagem. Foto: Ricardo Teles.

Com objetivo de minimizar os impactos causados na produção de minério de ferro pela umidade, pesquisadores do Instituto Tecnológico Vale Mineração (ITV) realizaram testes em escala industrial de uma tecnologia que promete reduzir o volume de água no produto e, consequentemente, seus custos de produção. Por meio da injeção de ar quente e seco no chute de transferência – equipamento fechado onde é realizada a mudança de direção das correias transportadoras – o projeto consegue atingir a redução moderada da umidade no minério sinter feed em até 1,8%.

Após estudar por mais de 10 anos formas economicamente viáveis de reduzir a umidade do minério, a equipe concluiu com sucesso a primeira parte de testes em escala industrial entre os dias 27 de março e 16 de abril no porto da Companhia Portuária Baía de Sepetiba, no Rio de Janeiro. “Enquanto ele [o processo de redução] estiver realizando a mudança de direção por meio do chute de transferência, o ar quente e seco estará sendo lançado sobre minério de ferro, em contracorrente”, explica Thiago Souza, pesquisador do ITV Mineração.

A presença da água no minério acontece por duas formas: pela própria composição física do produto ou pelo beneficiamento do ferro realizado a úmido. Além dos custos para minimizar os efeitos da umidade, do frete e do desconto pela venda do minério à base seca no porto de destino, o volume de água no ferro pode representar outras despesas para nossa empresa.

“Se a umidade ultrapassar o limite estabelecido pela legislação internacional da Transportable Moisture Limit (TML), há riscos para a estabilidade do navio, que, em casos extremos, pode até emborcar. No carregamento da embarcação, quando o limite da TML é ultrapassado, o comandante é soberano e pode suspender a operação. É preciso correr contra o tempo com ações de blendagem (mistura) de minério no pátio e de trens que apresentem teores de umidade mais baixos e, assim, reduzir a umidade e retomar o carregamento. Isso tudo representa perda por lucro cessante”, explica Thiago.

Para consolidar os excelentes resultados obtidos nos primeiros testes, os pesquisadores realizarão outros processos de validação. Com a inovação, inscrita em solicitações de patente em órgãos governamentais de propriedade industrial de oito países, incluindo o Brasil, a Vale agrega mais competitividade ao seu produto, além de maior valor e segurança.