Saiu no site da Agência Bori o estudo publicado na revista “Arthropod-Plant Interactions” onde são mapeadas 154 interações entre 51 espécies de abelhas e 82 tipos de pólen.

Foto: Miguel Aun – Acervo ITV

A agência Bori publicou uma reportagem sobre o artigo “Assessing entomological collection data to build pollen interaction networks in the tropical Amazon forest”, publicado na revista científica “Arthropod-Plant Interactions”, por pesquisadores do Instituto Tecnológico Vale e da Universidade Federal do Pará.

A equipe realizou análises de 51 espécies de abelhas e identificou 43 espécies de plantas que esses pequenos animais visitam. O total de interações entre plantas e abelhas mapeadas pelo estudo foi de 154. A pesquisa foi realizada na Floresta Nacional de Carajás, no Pará, uma região de conservação na faixa leste do bioma amazônico, mas que é rodeada por áreas historicamente degradadas.

A engenheira florestal Luiza Romeiro, autora da dissertação de mestrado na qual o artigo se baseia, analisou 72 cargas polínicas – material formado pelos grãos de pólen presentes no corpo dos animais – e identificou 82 tipos de pólen em abelhas do acervo do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), em Belém, e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. Diferentemente do método convencional, que consiste em ir a campo e observar os objetos – no caso, as abelhas e as flores – Romeiro optou por usar as coleções de insetos disponíveis para sua pesquisa.

A espécie de abelha que apresentou mais interações com as plantas da região foi uma abelha coletora de óleo, a Centris denudans, e a planta de maior preferência entre as espécies analisadas foi a Byrsonima spicata. Esse tipo de abelha tem hábito solitário e recebe esse nome por coletar óleo nas flores, uma substância utilizada para alimentar suas crias. Com a presença dos polinizadores, a recuperação da floresta pode ter mais sucesso e ser acelerada.

As abelhas desempenham um papel importante no transporte de pólen de uma flor até outra, auxiliando no processo de formação de frutos e sementes, e, consequentemente, na reprodução das plantas. Esse processo é chamado de polinização. As abelhas também podem contribuir para a recuperação da floresta, tornando-a mais bem-sucedida e acelerada. “Apesar de as abelhas terem um papel fundamental na natureza, ainda há muitas lacunas de informação sobre esses insetos, especialmente na Amazônia, um bioma de rica diversidade”, completa Giannini.

A reportagem pode ser conferida: aqui.

O artigo está disponível: aqui.