Entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro, aconteceu em Belém (PA), a segunda parte do VII Workshop Brasileiro de Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia (wbbba23). O evento é uma realização da Rede Bionorte e teve como objetivo principal promover o encontro entre pesquisadores da região amazônica para o fortalecimento da ciência na região, bem com a integração entre academia, sociedade e setor empresarial.
Nesta fase do evento o ITV participou com três palestras e uma mesa-redonda. No dia 30, o pesquisador Ronnie Alves, apresentou a palestra com o tema “Como a ciência de dados pode apoiar os estudos em biodiversidade e biotecnologia”. A palestra teve como objetivo mostrar ao público a relação e usabilidade das tecnologias das ciências de dados no monitoramento da biodiversidade.
“O objetivo foi dar um panorama de como a ciência de dados pode ajudar no monitoramento da biodiversidade visando aspectos de conservação, a partir da experiência conjunta com o time de pesquisa em Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos do ITV. Explorando tecnologias que auxiliem em procedimentos de coletas de dados de observação, tanto in-loco (imagens, gravadores acústicos) como de satélites; ressaltando os principais motores de ameaça a biodiversidade e como se utilizar dessas tecnologias computacionais para mitigar os impactos, reforçando também o uso da inteligência artificial para ajudar nesse desafio”, conta o pesquisador.
Também foi apresentada pela pesquisadora do ITV Tereza Gianninni a palestra “O cacau no cenário da bioeconomia Amazônica”. Nela a pesquisadora abordou os usos sustentáveis do cacau e a manutenção da floresta, pensando na socioeconomia, nos polinizadores que contribuem na produção do fruto e fermentação da semente que resulta na produção do chocolate.
“É um congresso que tem como objetivo estabelecer links entre produtos das florestas e o uso desses produtos por diversas pessoas, desde comunidades tradicionais até empresas”, conta a pesquisadora.
E no último dia (02), o diretor científico do ITV, Guilherme Oliveira, participou da mesa redonda “Cenário para a Biodiversidade e Biotecnologia na Amazônia”, com os pesquisadores Sandro Percário da Universidade Federal do Pará e Marcel Botelho da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisa.
A pesquisadora do ITV Maria das Graças Bezerra, este ano está a frente do WBBBA23, como presidenta do evento, nos conta que esse evento traz luz aos desafios da produção cientifica na região Amazônica.
“O Wbbba23 foi um evento acadêmico com o objetivo de discutir o estado da arte em Biodiversidade e Biotecnologia na Amazônia, mas também as oportunidades e os desafios de trabalhar na Amazônia Legal, que se expande até parte do Mato Grosso e parte do Maranhão, locus de ensino e pesquisa do PPGBionorte”, afirma a Maria das Graças Bezerra.
O Workshop contou com o patrocínio da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Instituto Tecnológico Vale e da Vale e teve como apoiadores o Instituto Senai Inovação, a Fundação Guamá, a Associação Fortec e as Redes de Núcleos de Inovação Tecnológicas do MCTI situadas na Amazônia Oriental e na Amazônia Ocidental.
Rede Bionorte
A Rede BIONORTE, formada por instituições da Amazônia Legal, está impulsionando a pesquisa e inovação na região. Criada em 2008 pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a rede busca acelerar a formação de recursos humanos e integrar competências para desenvolver projetos de biodiversidade e biotecnologia, visando o desenvolvimento sustentável.
Focada em parcerias estratégicas, a BIONORTE promove a colaboração entre instituições de pesquisa, universidades e empresas. Seu compromisso inclui a capacitação de recursos humanos, formando pesquisadores e profissionais qualificados, por meio do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Rede BIONORTE (PPG-BIONORTE). Os projetos abrangem desde a descoberta de espécies até a aplicação de biotecnologia, contribuindo para enfrentar desafios ambientais e sociais na Amazônia Legal.