30/09/2022

O Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável participou, no dia 30 de agosto, da última assembleia da Aliança pela Restauração na Amazônia, coletivo que congrega 71 entidades e quase cem membros. A pesquisadora Sâmia Nunes, doutora em Ciência Ambiental,  representante do ITV DS, foi convidada para explanar sobre políticas públicas e restauração florestal: “Venho trabalhando nesses temas em toda a minha vida profissional, sempre tento relacionar os resultados de minhas pesquisas com as implicações de políticas públicas”, disse Sâmia Nunes, que coordena o Grupo de Trabalho de Políticas Públicas da Aliança.

No evento, foi apresentado o Plano de Ação Estratégico da organização, cuja primeira versão foi elaborada por Sâmia Nunes. No texto são abordados os dez anos do Código Florestal (Lei de Proteção da Vegetação Nativa) e o Projeto de Lei (PL) nº 686/2022, em tramitação na Câmara dos Deputados, sobre a flexibilização de proteção da Vegetação Nativa.

“Há um avanço do passivo de florestas, que são as áreas que foram desmatadas ilegalmente dentro das propriedades rurais e que precisam ser recompostas ou compensadas”, diz o texto.

Comentando sobre os desafios para se restaurar a Amazônia, Sâmia Nunes lembra que hoje, no Brasil, “temos a política ambiental mais complexa do mundo”:

Sabemos mapear com mais precisão a questão do desmatamento, do crescimento das florestas. Mas faltam ações para que se consiga, de fato, implementar essa política. E os desafios perpassam vários aspectos, não só culturais, como econômicos. É preciso desmitificar a visão de que só o criador de gado tem renda. Outro ponto importante que precisa ser desmitificado é que  vegetação é sujeira. Quantas vezes eu já ouvi, de agricultores, a frase: “temos que limpar o terreno para plantar um sistema agroflorestal”. Não pode desprezar dessa forma a vegetação secundária. Isto é consequência de falta de informação.

A importância do posicionamento da Aliança (que pode ser lido aqui na íntegra) é fundamental, segundo a pesquisadora. Trata-se de uma iniciativa da sociedade civil, pois além de órgãos do governo, a Aliança é constituída por empresas, institutos de pesquisa – como o ITV DS – e organizações da sociedade civil. Para ser membro da Aliança, é preciso preencher requisitos que atestem a idoneidade. A próxima iniciativa da Aliança, da qual o ITV DS também participará, é a elaboração de uma cartilha com informações que será entregue aos candidatos à presidência.